Independente da praia a ser explorada para a pesca, podemos dividi-la em três ou até quatro diferentes distâncias. Cada uma destas distâncias, na realidade, altera os raciocínios de Pesca e os equipamentos a serem empregados
Pescaria Ultra-leve ou Leve:
Pescaria feita da espuma da arrebentação até uns 40 metros de distância. Para tal, recomenda-se material bem leve. Caniço leve e bem sensível, molinete ou carretilha pequenos, linha fina e peso do chumbo proporcional ao que o caniço recomenda, nunca superior a capacidade do material. Também chamada de pesca de beira.
Pescaria à meia-água, considerada Média:
Pescaria realizada entre 40 e 100 metros de distância. Para a mesma recomenda-se material médio. Caniço com comprimento médio de 3 metros e molinete e peso proporcionais a capacidade do caniço.
Pescaria Pesada, para longos arremessos:
Pescaria feita a mais de 100 metros de distância. É possível enviarmos nossa chumbada a distâncias que beiram os 170 metros. Recomenda-se caniço na faixa dos 3,90 metros, resistente ao lançamento da chumbada, que pode variar entre 90 e 200 grs. Molinetes maiores, com grande capacidade de linha, são os mais recomendados, de preferência os de bobina cônica. As bobinas cônicas têm a finalidade de eliminar ao máximo o atrito da linha com a parte superior da bobina, proporcionando um lançamento mais longo. Também dita pescaria longe ou “lá fora”.
Nestas três ou quatro variáveis de arremesso em pesca de beira de praia, os peixes pescados são os mesmos. Os tipos de anzóis escolhidos, até podem ser os mesmos, dependendo do desejo de captura do pescador. Caso queiram exemplares de grande porte, deve-se ter em mente que a espessura da linha e o tamanho do anzol devem acompanhar este desejo. Para pescar peixes menores, anzóis menores e linhas finas são mais produtivos. O que queremos dizer é que peixe grande pode ser pego em qualquer distância, bem como os peixes menores também. A incidência de peixes pequenos ocorre, na maioria das praias brasileiras, bem próximo ao pescador, o que não impede em nada o aparecimento também dos grandes exemplares nesta área. Isto justifica em parte a utilização de mais de um caniço ao mesmo tempo para os pescadores de praia. Cada caniço podendo procurar um tipo de peixe diferente. Por isso é que aconselhamos o pescador a definir sempre o tipo de peixe desejado para que possa definir melhor também o seu material. Pescar, por exemplo, com o material para pesca pesada na beira é uma opção pouco inteligente, pois quanto menos sensível for o material, mais difícil será a pescaria. É possível pegarmos os grandes peixes perto assim como muitas vezes pegamos os menores a grandes distâncias. O que pedimos é que não relacionem o uso do material pesado com peixe grande e pesado pois o material para o atingimento de longas distâncias será necessariamente mais pesado que os demais. A antiga terminologia que dividiu a pesca de praia em “barras”, na realidade, fazia esta referência porém isto já não ocorre mais.
Hoje já e possível contrariar estes conceitos na medida em que, a grosso modo, o que determina o tamanho do peixe a ser procurado é o tamanho do anzol e nem tanto a distância a ser arremessada ou a espessura da linha. É comum pescadores experientes tirarem grandes peixes, e até arraias, de 10 quilos com linha de espessura 0,20 mm. Assim como, se o pescador quiser pescar cações e arraias, ele pode aumentar a espessura da linha de propósito para garantir a retirada dos peixes ferrados. Portanto, as “barras” da pesca, a grosso modo, definem a distância dos arremessos e o peso do material empregado para atingi-la, sendo que com caniços de 2,00 metros ninguém arremessa 150 metros e assim por diante.
Em nosso litoral encontramos, para sermos bem didáticos, dois tipos de praia bem definidos: a rasa e a funda. Fugindo destes dois tipos encontraremos muitas praias com geografia intermediária. E quando falarmos em praias é importante verificarmos que estaremos falando sempre da sua geografia de fundo.
Praias de Tombo ou fundas:
são aquelas que afundam rapidamente com apenas uma arrebentação, já na beira da água. É comum e registra-se uma boa incidência de peixes grandes nesse tipo de praia.
Espraiadas:
são as praias com mais de uma arrebentação, relativamente rasas, onde a primeira arrebentação costuma ocorrer longe da beira, momento em que novamente se forma e volta a quebrar, o que ocorre pela última vez na beira da praia. Os chamados canais, onde na maioria das vezes o peixe é encontrado, ficam entre uma arrebentação e outra. É o local onde normalmente arremessamos para procurar o peixe; é o chamado arremesso atrás da onda.
Posto isso, fica mais fácil visualizarmos as várias distâncias anteriormente citadas, sendo que nas praias mais rasas, as várias arrebentações nos orientam quanto às distâncias possíveis de arremesso, sempre à procura de um local com maior incidência de peixes. Em compensação, as praias rasas, nas marés mais baixas, costumam proporcionar bancos de areia e tornar a pesca possível, às vezes, somente a longas distâncias, o que obriga o pescador a possuir técnicas e materiais adequados para arremessos longos.
Vejamos os nomes dos tipos de peixes de praia mais conhecidos :
Peixes de maior atuação no Fundo:
Corvina, Papa-Terra (betara ou judeu), Cocoroca, Riscadinho, Roncador, Linguado, Voador, Arraia, Cação, Carapeba, Carapicú, Mixole, Pampo, Galhudo, Marimbá, Bagre, Baiacú, Viola, Tira e Vira, Cangulo, Parati-barbudo, Pescada, etc.
Peixes comuns na Superfície:
Anchova, Xerelete, Xaréu, Robalo, Ubarana, Savelha, Olho-de-Cão, Guaivira, etc…
Peixes Perigosos (que necessitam de cuidado no seu manuseio):
Bagre, Arraia, Espada, Cação, Baiacu e etc.
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